Muitos golos, outros mal invalidados, outros mal assinalados, foras de jogo que eram e não foram, foras de jogo que não deveriam ter sido e foram, penalties (1 deles mal marcado), não sei quantos amarelos, expulsões, caldeiradas no túnel, provocações entre treinadores.
Querem mais?
O que é se pode pedir mais num jogo de futebol?
Uma pessoa chega ao fim do jogo cansada, caramba, com tanta emoção.
Assim, vale a pena ir à bola.
Juntam-se vários espectáculos num só.
Até palhaços. Pelo menos, foi a opinião do público, que não se cansou de chamar nomes ao árbitro, entre os quais este: palhaço.
Foi, realmente, uma arbitragem impressionante.
Já se viram muitas arbitragens de rir à gargalhada, mas tanto disparate junto, não é fácil.
É claro que se pode dizer que o ritmo trepidante do jogo, a pressão dos mais de 47.000 que estiveram na Luz, o clima tenso que vinha dos bancos para o relvado, a velocidade alucinante a que tudo se passava, tudo isto ajudou a que a equipa de arbitragem se espalhasse ao comprido, indo, de asneira em asneira, até ao apito final, de fio a pavio.
O primeiro erro crasso é o golo do Nacional (fora de jogo claro, mesmo nas barbas do fiscal de linha). A partir daí, foi um virote.
Parecia o carrossel 8 da antiga Feira Popular de Lisboa.
Mais uma corrida, mais uma viagem.
Suba menina, suba!
A rivalidade dos dois treinadores, Machado e Jesus, foi um dos motivos de interesse do jogo.
Já se sabia que eles não se podem ver e ontem a coisa descambou mesmo.
Grande confusão no túnel ao intervalo – não se sabe muito o que se passou, mas foi impossível não recordar o que aconteceu na época passada, são contas antigas – e um despique incrível entre os 2 bancos, com Jesus, em todo o seu esplendor, a mostrar 2 dedos a Machado quando o Benfica fez 2-1 e 4 deditos quando o Benfica fez o 4-1.
Jesus diz que não senhor que não foi nada disso.
Ahahahahah!
Jesus diz que estava a dar indicações aos 2 pontas de lança e aos 4 defesas e que foi apenas coincidência o facto de o ter feito na altura em que o Benfica marcou os golos.
E deve ter sido também coincidência o faço de fazer os gestos a olhar para o banco do Nacional.
Embora estivesse a falar com os seus jogadores.
Ahahahah!
Manuel Machado não foi de modas
Machado apelidou Jesus de cretino com todas as letras, parecendo evidente que dificilmente veremos estes dois amigos de longa data a jantar, lado a lado, com as respectivas famílias.
Acho que preferiam passar fome.
Mas o essencial disto tudo, depois de uma noite cheia, em que tudo aconteceu no Estádio da Luz, ficou: o Benfica parece o furacão Katrina. Arrasa tudo o que lhe aparece pela frente.
Vai tudo a eito.
E joga bem. Joga mesmo muito bem.
6-1 ao Nacional. Depois dos 5-0 ao Everton. Depois dos 6-0 ao Monsanto. Em pouco mais de uma semana.
17 golos marcados em 3 jogos.
30 em 8 jornadas.
Média de quase 4 golos por jogo.
É muito.
Benfica que está na frente do campeonato, de parceria com o Braga, com quem joga no próximo sábado. Em Braga.
Onde lhe está ao que se sabe a ser reservada uma recepção condigna.
Principalmente para César Peixoto e Jorge Jesus.
Os trânsfugas.