terça-feira, 22 de junho de 2010

Bom.

E estamos no rescaldo daquela tempestade de ketchup de ontem à tarde…

A 7ª maior goleada de sempre em campeonatos do mundo. Digamos que já foi tudo dito sobre esta grande exibição da selecção, pelo que talvez fosse mais interessante analisarmos a coisa pelo outro lado. O lado B, mesmo desta tareia impressionante que demos aos coreanos que à chegada ao país já devem saber o que os espera. O grande líder deve estar em brasa e não se augura nada de bom para estes rapazes que assim que começaram a levar golos nunca mais pararam e certamente ainda lá estaríamos hoje a marcar golos aos coreanos se entretanto o jogo não tivesse acabado.

Foi, sem duvida, uma grande exibição que nos deixa, é praticamente certo, nos 8ºs de final – era preciso que na ultima jornada do grupo acontecem não um mas dois fenómenos do entroncamento ao mesmo tempo – a costa do marfim golear a Coreia ao nível do que fizemos e isso não é impossível e simultaneamente levarmos um cabaz do Brasil, o que, não sendo totalmente impossível (a última vez que jogámos com eles, já com Queirós, levámos 6 a 2) é altamente improvável. Em primeiro lugar, porque estamos motivadíssimos depois do que se passou ontem, depois porque os “nossos irmãos” não vão meter os seus melhores jogadores em campo e ainda porque não se sabe muito bem nesta altura se é melhor ser primeiro ou ser segundo no grupo, uma vez que a situação da Espanha ainda não está definida.

E não se vai conseguir saber se eles vão ou não ser primeiros no grupo deles a tempo de prevenir a coisa para o jogo de sexta-feira à tarde porque a Espanha só joga mais tarde com o Chile.

Seja como for, duma coisa não há duvidas. Portugal fez um jogo do caraças.

Até o Queirós ficou com voz estranha. Queirós a colocar a voz, tipo locutor da emissora nacional há 50 anos. Ou então tinha engolido a pastilha e estava á espera que alguém lhe desse uma palmada nas costas. Também pode ser isso.

Queirós, com calma, sem euforias e sem remoques, depois desta monumental goleada.

E faz bem, que isto no futebol é para cima e para baixo.

Portugal esteve mal com a Costa do Marfim, não tanto pelo empate, mais pela exibição, que foi, de facto, uma bodega, agora com a Coreia estivemos absolutamente brilhantes, imaginem agora o que era levar 3 ou 4 do Brasil. (coisa que não vai acontecer, estou plenamente convencido). Mas Queirós faz bem em controlar a euforia, porque, como ele disse, nada está ganho. Mas que estamos praticamente nos 8ºs de final, estamos sim senhor. E ontem, foi tudo bom. Até o Ronaldo marcou, imaginem. (é uma maldade dizer isto, realmente).

Foi de facto um golo caricato. Parecia que o Ronaldo ia falhar outra vez, mas a bola começou-lhe a amarinhar pelas costas, subiu-lhe para a cabeça, passou para a frente, só faltando à jabulani falar:

Então é meu otário, não queres marcar, é? Toma lá! Estou aqui!

E o Ronaldo marcou.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ora cá estamos, eu que nem gosto de futebol a apreciar esta sua crónica magnífica - contém a melhor descrição do golo de Ronaldo que já li.
E costumo ouvi-lo, sim senhor, na antena3. O senhor fala bem, escreve bem, tem sentido de humor, tudo coisas que aprecio mesmo que o assunto geralmente não me comova. Vou passar por cá mais vezes, só não prometo aprender muito de futebol ...

amélia Palma