quarta-feira, 1 de julho de 2009

Bom dia,

Está tudo em brasa, até as sardinhas. E estamos no tempo delas.

Do Ronaldo, já vamos falar.

Falemos primeiro da descida do Estrela da Amadora à segunda divisão – não vai competir nas provas da liga – por não ter cumprido os parâmetros financeiros exigidos. O Estrela, por artes do seu criativo presidente, ainda tentou, à ultima da hora, e depois de ter andado uma época inteira sem pagar aos seus jogadores, um golpe de asa. Constituiu uma SAD, mas a liga não foi na conversa – vai, inclusivamente, denunciar o notario que assinou a constituição da sad para lá do prazo e pronto. O Estrela já foi.

Ao mesmo tempo, e pela terceira vez - impressionante – o Belenenses safa-se da descida, sempre de forma administrativa. O clube do Restelo foi convidado a jogar na 1ª liga, no lugar do Estrela.

Imagino que os dirigentes do Belém já devem dizer: é pá, mas para que é que a gente vai gastar dinheiro em jogadores e o caraças, se ficamos sempre na primeira?

Isto ao fim bate sempre certo…

JN

3 comentários:

Luciano Rodrigues disse...

Amigo, safámo-nos 2 vezes:

No Caso Mateus com plena razão (o Gil fez batota) e portanto lutando para tal, desta vez em silêncio, muito bem, por falta de condições do Estrela. Só não percebo porque o ano passado, quando o Boavista foi de vela e o Paços ficou na 1ª, não se ouviu nem leu nada...

De resto, o ano passado não fomos à Europa por causa do Caso Meyong em que se há um culpado, é a Liga que inscreveu o jogador. E em 87 também perdemos 6 pontos por causa do Caso Mapuata, numa suinice do Marítimo, uma vez mais por causa de erros burocráticos, ao tempo, da Federação.

Já agora, é o mesmo clube para o qual a regra do "goal average" significa "diferença de golos". Somos um país que é um espectáculo...

linha avancada disse...

não,amigo.
foram 3.

há muitos anos o beleneses descia de divisão e a então 1ª divisão foi alargada paara mais dois clubes.

abraço,

josé nunes

João Relvas disse...

Caro José Nunes

Começo por me identificar como adepto de sempre do Belém e sócio de há 35 anos.

Embora não seja pessoa para perder muito tempo com este tipo de troca de opiniões, não quero deixar de apresentar a minha, uma vez que a propósito da desqualificação do Estrela da Amadora já tive oportunidade de ler algumas alarvidades, escritas por quem dificilmente consegue articular dois ditongos.

Vamos a factos:

Facto - o Belém foi beneficiado no Caso Mateus, "safando-se" da descida. É verdade.
Pergunta - foi o Belém que instou o Gil Vicente a utilizar o jogador sem quer fosse devidamente comprovada a legalidade da sua utilização? Foi o Belém que denunciou inicialmente a situação, ou antes foram a Académica e o Vitória de Setúbal que o fizeram?

Facto - o Belém foi beneficiado com a desqualificação do Estrela da Amadora, "safando-se" da descida. É verdade.
Pergunta - foi o Belém que instou o Estrela da Amadora a não cumprir as suas obrigações fiscais, da Segurança Social ou salariais, com a perspectiva de poder beneficiar da situação posteriormente?

Sejamos claros.

Em ambas as situações a Liga limitou-se a aplicar os Regulamentos que, entretanto, tinham sido anteriormente aprovados por todos os clubes associados.

Dura lex, sed lex.

Facto - o Belém foi penalizado com a perda de 6 pontos no Caso Meyong.
Pergunta - quem senão o Belém deveria ter confirmado a possibilidade legal de utilizar o jogador nessa época?

Facto - o Boavista foi desqualificado por não cumprir as suas obrigações fiscais e quejandas.
Pergunta - foi o Paços de Ferreira que instou o Boavista a fazê-lo? Porque não houve um movimento de antipatia contra o Paços de Ferreira?

Dura lex, sed lex.

Não deixa entretanto de ser curioso, neste destilar de raiva incontido, ser referido (inclusivé por jornalistas) que esta foi a terceira vez que o Belém foi beneficiado com decisões administrativas, "safando-se" de descidas... Inclui-se no rol o Caso Mapuata. Convém contudo ser rigoroso na difusão desta ou de outras notícias.
Em 1987o Belém foi de facto penalizado com a perda de 6 pontos por inscrição irregular de Mapuata no jogo com o Marítimo. Mas esta perda não teria como consequência a sua descida.

Facto - com esta perda de 6 pontos, e a consequente atribuição de 2 pontos ao Marítimo, este acabou por se safar, passando a ser o Salgueiros o despromovido; entretanto, na altura, também para não se sentirem lesados, a FPF decidiu-se pelo alargamento do Campeonato, incluindo Elvas e Farense e "puxando" o Penafiel, para perfazer 20 clubes.
Esta é a verdade, pelo que, antes de divulgar-se outras versões, convém estar documentado. Haja decoro!

É pena que, com o mesmo afã com que os jornalistas vão desenterrar factos ocorridos há 22 anos, não façam pesquisas mais dilatadas no tempo e falem, por exemplo (porque não?), do Caso Calabote, como analogia ao que se vê (continuará a ver-se) pelos campos do País. Será que é pelo facto do Calabote ter sido favorável aos "lampiões"?

Se querem ser tão meticulosos com factos passados, aproveitem e falem também do Caso N'Dinga (coitada da Académica que teve de comer e calar) ou, já agora, do Caso Francisco Silva, que originou a primeira descida de divisão do Belém. Deve ser o único país do mundo em que um tipo é apanhado em flagrante com as calças na mão (leia-se, a meter a mão no pudim, ou a receber a comissão), constata-se o crime, mas diz-se nada poder fazer-se, porque se tratava de um crime desportivo, portanto não abrangido pela lei civil.

Que espectáculo!!

Um abraço


João Relvas