Viva,

Não fomos à tromba aos elefantes. E aquilo que se pode dizer é que acabou por acontecer, basicamente, aquilo que se temia. E não me refiro tanto ao resultado. Resultado que, sendo muito perigoso do ponto de vista do apuramento, não é, apesar de tudo, dramático. Podia até ter sido pior, como se viu no final do jogo com Costa do Marfim. Refiro-me, evidentemente, ao autêntico deserto de ideias, muito perto do zero, que foi o futebol da selecção nacional. Aquilo, vamos ser claros, não é nada

Uma oportunidade de golo e mesmo assim num remate de fora da área.

Velocidade?

Agressividade?

Profundidade?

Condição física?

O poderio físico dos rapazes da Costa do Marfim chegou a ser penoso para com os jogadores portugueses e embaraçoso para quem planificou a preparação que foi feita para este mundial. Nos lances de 1, não ganhámos 1.

Dani. Impressionante.

Deco. A gasóleo (como diz o Jesus, já lá vamos ao Deco).

Ronaldo. 1 quarto de hora. Mal acompanhado, depois quer fazer tudo sozinho. E não faz.

Golos continuam a ser uma miragem.

Ok, o remate ao poste. Mas mais nada.

Liedson. Não gosta de jogar sozinho (parece que á noite, no quarto, só adormece quando chega o colega de quarto e mesmo assim com a luz acesa).

Mas aquilo é mais que sozinho.

O jogador de Portugal mais próximo estava a 50 metros.

E ficávamos aqui toda a manhã a falar disto mas não temos tempo.

E pronto.

Fizemos um jogo e já estamos de máquina calculadora na mão

Queirós diz que contra a Coreia é para ganhar, ok, eu também digo, mas todos nós dizemos que a jogar a 5 á hora, sem garra, sem chama, sem motivação – aquilo parece a alegria do cemitério – a selecção dificilmente ganha a alguém.

E viram, certamente, ontem, os norte coreanos a fazerem o Brasil suar as estopinhas. Já lá vamos.

Ronaldo diz que Portugal devia ter ganho, porque é melhor que a Costa do Marfim. Não se notou nada, diga-se de passagem.

E a humilhação suprema teria sido um gajo com o braço partido entrar a meia hora do fim e marcar o golo da vitória da Costa do Marfim como esteve quase a acontecer.

Valeu o facto do Drogba ter resolvido passar a bola em vez de ter rematado à baliza, já bem perto de Eduardo.

E depois, claro, temos o Deco com uma grande azia por ter sido substituído (é verdade que é difícil perceber as substituições) e, dizendo o que disse, pode muito bem ter agravado ainda mais a coisa (esperemos que não).

O ambiente deve ter ficado bastante pesado.

Deco que entretanto já veio em comunicado dizer que não quis dizer o que disse e tal…

Que nunca foi sua intenção por em causa a liderança do treinador

E, em poucos dias, temos o Nani primeiro e depois o Deco a criticarem, num caso, de forma velada, neste ultimo caso de forma muito objectiva o treinador e depois a serem, vamos dizer, compelidos, para não dizer obrigados, a emitirem comunicados – emitir é uma força de expressão – alguém os escreve por eles – a dizerem que não era bem aquilo que queriam dizer.

É caso para dizer que tudo isto…

É lamentável…

Tlim… tlim… tlim…