domingo, 6 de setembro de 2009

Carlos Queiroz

Boa Tarde José Nunes

A propósito da campanha da selecção Nacional de Futebol encontrei uma crónica do Ricardo Araujo Pereira ( Jornal a Bola ) que mostra bem como vai a nossa selecção.

Um aspirador para Carlos Queirós


CREIO que os problemas do professor Carlos Queirós terão começa
do quando proferiu a célebre frase «É preciso varrer toda a porcaria que existe na Federação». Nesse momento, Queirós demonstrou que tinha ainda menos vocação para dona de casa do que para treinador de futebol. Toda a gente sabe que o ideal não é varrer a porcaria. O melhor é aspirá-la. Mete-se num saco, leva-se para longe, e nunca mais volta. Varrendo, pode levantar-se com o vento, pode fugir à pá, pode escapar ao caixote e permanecer em casa — ou, neste caso, na Federação. Varrer é um procedimento ineficaz, que se presta a incompetências várias. Fala-se muito em varrer para baixo do tapete, mas nunca ninguém conseguiu aspirar para baixo do tapete.


Feito este preâmbulo, aliás bastante pedagógico, sobre porcaria, e correndo embora o risco de não sair do mesmo tema, gostava agora de me debruçar sobre a exibição da Selecção Nacional contra a Albânia. Julgo que o resultado não pode deixar de se considerar positivo. Arrancar um empate frente à Albânia, para a selecção que tinha perdido em casa com a Dinamarca, é bastante bom, e indica uma evolução notável. Como dizem os comentadores de futebol (e os taxistas) já não há jogos fáceis. Sobretudo para as equipas que são treinadas por Carlos Queirós. É verdade que, no onze inicial português, havia jogadores de colossos como o Manchester United, o Real Madrid e o Benfica. Mas seria importante não esquecer que a Albânia entrou no jogo com futebolistas oriundos do gigante Vllaznia, do histórico Vorskla, ou do mítico Kryvbas.


Também não concordo que Queirós seja menos mobilizador do que Scolari. Admito que Scolari levou o povo português a pendurar bandeiras portuguesas nas janelas, mas acredito que Carlos Queirós ainda conseguirá levar todo o povo português a pendurar lenços brancos nas janelas. Julgo que é uma questão de tempo.


Por outro lado, Queirós é evidentemente mais sofisticado do que Scolari. Desde logo, porque é professor. Depois, porque parece claro que é professor de matemática. Mal Queirós tomou conta da selecção nacional, os portugueses voltaram a ter o gosto pelas contas. Já está tudo a calcular a quantidade de pontos que é preciso amealhar nos restantes 60% da fase de grupos, para podermos sonhar com o apuramento para o Mundial. Parece que nos apuramos de certeza para jogar na África do Sul se, dos próximos 18 pontos em disputa, conseguirmos conquistar 25.

Miguel Santos

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