quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

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Canalizador-avançado explica: como ser expulso em 3 segundos
Vítor Hugo Alvarenga

David Pratt nem queria acreditar. Nem queria acreditar quando viu o cartão vermelho em três segundos, no início do jogo entre o Chippenham Town e o Bashley, no sétimo escalão do futebol inglês. Nem queria acreditar quando recebeu um telefonema de Portugal para falar sobre o recorde mundial estabelecido neste fim-de-semana: «Foi um lance sem maldade, só quis ir à bola».
O jovem de 21 anos, canalizador durante o dia, avançado em part-time no Chippenham Town, explica ao Maisfutebol como foi possível receber ordem de expulsão no primeiro lance do encontro.
«Então foi assim: a equipa adversária começou o jogo, o jogador que estava no centro do relvado tocou para outro, que estava já fora da meia lua, e esse chutou para a frente. Eu já tinha arrancando e fiz o carrinho em velocidade. Ainda toquei na bola, mas acabei por atingir o outro jogador. A expulsão foi exagerada», garante.
Pratt nem costuma ser notícia por motivos disciplinares. O Chippenham Town teve de ser paciente nas negociações com o Swindon Submarine, acabando por garantir o concurso da jovem promessa.
«Ele é um rapaz calmo, nada maldoso. Pronto, acabámos por ter publicidade à custa deste momento. Nesse sentido, é bom», reconhece George McCaffrey, secretário do clube, antes de facultar o número do jogador.
O avançado passou as últimas horas a falar. Falou para rádios, jornais e até televisões em Inglaterra. «De onde liga? De Portugal? Ah, Portugal, sei. Estou surpreendido, sinceramente não fico feliz por ser notícia por este motivo, mas pronto», atira Pratt.
«Não pedi desculpa»
O anterior recorde pertencia a Giuseppe Lorenzo (Bolonha), por um cartão vermelho frente ao Parma, em 1990, com dez segundos de jogo.
«Sou canalizador, nesta divisão o futebol é amador», continua David Pratt, com tremenda humildade, apesar do assédio espontâneo. Tudo batia certo, há um novo recorde para celebrar, ou não, e as partes estão de acordo quanto à ausência de maldade no movimento do avançado do Chippenham Town.
Contudo, qual Edward Norton no filme «A Raíz do Medo», com Dulce Pontes na banda sonora, Pratt revela a ponta de maldade na última resposta dada ao Maisfutebol. Já pediu desculpas a Chris Knowles, o médio do Bashley? «Não, não pedi desculpa nem tenho nada que pedir», remata o canalizador/avançado. Foi ou não de propósito?
In Maisfutebol
Miguel Santos

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